quarta-feira, 23 de abril de 2014

A mentirinha do bem.

Entrei na sala a procura do telefone, revirei tudo o que havia ali e nada, mas onde estava? nunca me separo dele! uma musica clássica e apaixonada daqueles filmes de romance começou a tocar, pronto achei, não não achei, com tanta gente conversando, criança chorando, cachorro latindo, radio e TV ligados, não tinha como saber de onde vinha o som. desisto! funguei, me sentei de relance e no mesmo instante pulei em pé, olhei para o local onde havia sentado e la estava ele, me olhando, e parecendo rir da minha cara, peguei, 4 chamadas perdidas, _ Aff, só faltava essa, nunca me liga e na hora que liga não consigo atender. peguei o celular com tamanha raiva e o soltei de volta no sofá. tentando arrumar uma desculpa para inventar quando ele tornasse a ligar, era sempre assim, precisava sempre de alguma estoria* nova para inventar por não ter atendido o telefone, mas na maioria das vezes, estava sempre próxima, não atendia para que ele ligasse novamente e insistisse mais uma vez, assim eu me sentia um pouco importante. coisas de adolescente apaixonada.
Começou mais uma vez aquela musica que tanto lembrava nós dois, o coração disparou, as pernas tremeram, parecia que era a primeira vez que falaria com ele, era sempre assim, no telefone ou pessoalmente, apenas conversando ou nós beijando apaixonados, sempre sentia como se fosse a primeira vez com ele, o coração queria sair pela boca, as pernas perdiam a reação, não pensava direito o que estava fazendo, e muitas vezes, depois que ele ia embora, me arrependia por ter se declarado tanto, deixado tanto transparecer o amor que sinto.

_ Alô
_ Ate que enfim em, já liguei umas quinhentas vezes para falar com você. porque não atendeu?.
ele sempre falava isso, a voz alta e grava, deixando transparecer a frustração em ter que correr atras, era como se me ligar varias vezes o fizesse se sentir ridículo, ou inferior, mais no fundo ele sabia que eu acharia muito romântico, como sempre.
_ Não estava com o celular. dessa vez era verdade. - estava na cozinha, desculpe.
também sentia sempre a necessidade de agrada-lo. por mais que quisesse me sentir superior e forte, acabava sempre demonstrando mais que tava tentando ser "Fortinha" como ele dizia.
_ Você estar bem?. A frase soou mais como um pai preocupado do que como um namorado, mais estava valendo.
_Sim e você?
_ To legal, liguei só para saber como você estar. e para te falar que mandei um e-mail. você já olhou?
Por morarmos tão longe, procurávamos sempre alguma coisa para nós confortar, para preencher o vazio que ficava quando não estávamos juntos, com isso, veio as trocas de e-mail, frases, musicas, mensagens, nosso pequeno espaço virtual, era ali que deixávamos transparecer tudo o que sempre estávamos sentindo, todos os apaixonados ao de concordar que escrever o que sentimos é muito mais fácil do que falar, então, tínhamos isso a nosso favor, nos bons e maus momentos.

2 comentários:

  1. Concordo plenamente! Escrever é um exercício de desabafo. Você tem talento, por isso, precisa praticar. Gostaria de ler um texto seu argumentativo. Vou ficar esperando...

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  2. Obrigado JEU, fiquei interessada na ideia do texto argumentativo, vou criar algo no fim de semana e postarei. Abraços.

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